A família Fontana contesta a fusão Marfrig-BRF por subavaliação das ações da BRF e possível abuso do controlador. O Cade analisará a operação, enquanto acionistas discutem direitos e assembleias estão marcadas para junho de 2025.
Fusão BRF-Marfrig vive momento tenso com a contestação da família fundadora da Sadia. Você sabe como isso pode afetar a negociação e o mercado? Veja os detalhes que envolvem essa disputa e o que pode vir pela frente.
Críticas da família Fontana e impactos na relação de troca da fusão
A família Fontana, ligada à Sadia e dona de cerca de 3% da BRF, criticou o acordo de fusão proposto entre Marfrig e BRF. Eles afirmam que a proposta subestima as ações da BRF em cerca de 16%. Isso significa que o valor que os acionistas receberiam por suas ações é menor do que deveria.
Na troca, cada ação da BRF daria direito a 0,8521 ação da Marfrig, além de um pagamento de R$ 2,20 por ação. A família entende que essa proposta favorece muito mais a Marfrig, que está mais endividada e controla a nova empresa.
Eles também suspeitam que pode haver abuso de poder por parte do controlador da empresa, o que poderia prejudicar os acionistas minoritários.
Esse descontentamento chegou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que vai analisar se a fusão pode ser aprovada ou não. A análise é importante para garantir que tudo seja justo e equilibrado.
Depois do anúncio da fusão, as ações da Marfrig caíram um pouco, enquanto as da BRF subiram, mostrando a reação do mercado às críticas da família Fontana.
Especialistas veem essa contestação de forma positiva, pois pode forçar uma negociação mais justa. A mobilização dos acionistas minoritários pode aumentar a transparência, ajudando a equilibrar a relação de troca e proteger os interesses de todos os investidores.
Análise dos especialistas e próximos passos do processo no Cade
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é responsável por avaliar se a fusão entre a Marfrig e a BRF pode acontecer. Essa análise considera se a união prejudica o mercado ou os consumidores.
A fusão já passou por aprovações anteriores, pois as duas empresas fazem parte do mesmo grupo econômico. Agora, o Cade precisa revisar os detalhes.
Especialistas dizem que a contestação da família Fontana deve aumentar a pressão por transparência. Isso pode trazer mais equilíbrio para as negociações e beneficiar os acionistas.
Além disso, os acionistas que não concordarem com a fusão poderão retirar seus investimentos. Eles têm direito a receber valores fixos por ação, conforme definido nos documentos da operação.
As assembleias para votar a fusão estão marcadas para 18 de junho de 2025. Os acionistas da BRF e da Marfrig vão decidir se aprovam ou não a operação.
Enquanto isso, o mercado já mostrou reação, com os preços das ações das empresas variando conforme o andamento do processo e as notícias relacionadas.
Calebe Santos é um jornalista experiente, com mais de 15 anos de atuação cobrindo temas como empreendedorismo, estratégias de vendas, inovação e comportamento de consumo. Ao longo de sua carreira, desenvolveu um olhar atento para os movimentos do mercado e tornou-se referência em traduzir pautas complexas do mundo dos negócios para uma linguagem clara, acessível e relevante.